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  • PF investiga morte da menina Heloísa em ação da PRF


  • O ministro da Justiça chamou o caso de 'tragédia' e disse que um processo administrativo da PRF já está apurando eventuais responsabilidades. Heloísa dos Santos Silva morreu 9 dias após ter sido baleada na cabeça, em ação da PRF.

Flávio Dino, ministro da Justiça, disse neste sábado (16) que a Polícia Federal está investigando a ação onde agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) provocaram a morte de uma garotinha.

A menina Heloísa dos Santos Silva,de 3 anos, foi baleada em abordagem da corporação da PRF em Seropédica, no Rio de Janeiro.

De acordo com Dino, a investigação da PF é mais uma das ações do Ministério da Justiça para apurar o caso.

O ministro classificou o caso como uma "tragédia". Um processo administrativo da PRF já apura eventuais responsabilidades na ação.

"Quanto à apuração de responsabilidade administrativa, reitero que o processo administrativo foi instaurado no mesmo dia da ocorrência. Minha decisão só pode ser emitida ao final do processo, como a lei determina. Também já há Inquérito Policial na Polícia Federal, que será enviado ao MPF e à Justiça", disse o ministro em uma rede social.

Heloísa dos Santos Silva teve sua morte confirmada neste sábado (16), 9 dias após ter sido baleada na cabeça em uma abordagem da PRF no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica.

A prisão preventiva de três agentes da corporação já foi pedida à justiça pelo Ministério Público Federal.

Os agentes envolvidos na morte de Heloísa são: Fabiano Menacho Ferreira — que admitiu ter feito os disparos —, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva.

Entenda o caso 

A menina Heloísa foi baleada dentro do carro de sua família. Ainda estavam no carro da família os pais, a irmã de 8 anos e uma tia. Dois disparos de fuzil atingiram Heloísa.

O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira, que admitiu ser o autor dos disparos contra o carro da família de Heloísa.

O agente declarou ter ouvido disparos vindos da direção do carro e atirado 3 vezes. De acordo com ele, a placa indicava que o veículo era roubado.

O pai de Heloísa, William Silva, dirigia o veículo, disse que passou pelo posto da PRF e não foi abordado em nenhum momento, mas percebeu que uma viatura da polícia passou a segui-lo e ficou muito próximo ao seu carro.

A família também disse não ter conhecimento de que havia comprado um carro roubado.

Nota da PRF

A PRF disse, em nota, que se solidariza com os familiares da criança. E afirmou também que a Comissão de Direitos Humanos segue acompanhando a família “para acolhimento e apoio psicológico”.


Depoimento dos agentes envolvidos 

Em primeiro depoimento dos agentes prestado à Polícia Civil, Fabiano Menacho Ferreira disse ser o autor dos disparos de fuzil que atingiram a menina.

Ele disse também que os policiais ficaram com a atenção voltada para o veículo Peugeot 207, e que a placa indicava que o carro era roubado.

Eles dirigiram atrás do veículo, ligaram o giroflex e acionaram a sirene para que o condutor parasse, depois de cerca de 10 segundos atrás do veículo, ouviram barulho de disparo de arma de fogo e chegaram a se abaixar dentro da viatura.

Fabiano Menacho disse então, que disparou três vezes com o fuzil na direção do Peugeot porque a situação o fez supor que o disparo que ouviu veio do veículo da família de Heloísa.

Os outros policiais, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega.

Desde o primeiro momento, a família disse que o tiro partiu de uma viatura da PRF.